SESC Nova Iguaçu
UMA FORMA DE REPENSAR A PAISAGEM
Um choque de cidade com a geografia
O projeto se apropria de uma gleba residual (1) e articula novos usos e atividades, gerando um conjunto legível sem espaços excedentes. Assim, todos os lugares desenhados pelo projeto são descritíveis, estabelecendo dois setores de indubitável clareza na sua leitura: setor construído x setor não construído.
O setor construído estabelece uma clara continuidade urbana com a situação existente, portanto, as interfaces desse setor refazem os segmentos viários do entorno a partir da localização no projeto dos acessos principal e o de serviços.
O acesso principal se configurou em um bulevar pedestre, estabelecendo uma continuidade espacial como um novo acontecimento urbano (2) (pela cor e materialidade), que abre novas perspectivas no usufruto do espaço urbano restabelecido.
A apropriação de um território pela intersecção de um constructo (3) legível e familiar
A arquitetura do setor construído está definida de modo consubstancial com a topografia do sítio, tanto que ela se conjuga de modo a definir os volumes de todo o seu conjunto.
A continuidade da materialidade e o diálogo dos planos e as texturas
São adotados apenas dois materiais para definirem externamente os volumes: a) tijolo aparente; b) massa raspada da mesma coloração do tijolo.
Essas duas texturas se localizam quando há uma mudança de planos: os planos externos são de tijolo e os planos defasados são de massa raspada. Desta forma, cria-se uma condição de riqueza visual coerente com a volumetria proposta.
Todos os Pavilhões estão engastados em uma “base espessa”, onde sua cobertura é uma praça, e sob a laje se alojam todos os serviços
A praça interliga todas os setores construídos além de estar equipada para diversos usos, como uma área de caraterísticas urbanas.
À deriva
O projeto oferece continuidade e total liberdade dos fluxos de pedestres nos dois níveis através de inúmeras opções de conexões, uma soma de possibilidades em um jogo de acontecimentos.
(1) Áreas residuais: são as áreas de solo de difícil descrição, sem uso, sobrantes, sem significado.
(2) Acontecimento urbano: no sentido de evento transformador, pontos de inflexão na história.
(3) Constructo: segundo Dicionário Aurélio, aquilo que é elaborado ou sintetizado com base em dados simples: especialmente um conceito.
Local:
Nova Iguaçu, RJ
Data:
1985-1992
Cliente:
SESC Rio de Janeiro
Área de intervenção:
45.300 m²
Área construída:
16.300 m²
Concurso:
Concurso Nacional, 1º Prêmio
Arquitetura e Urbanismo:
Hector Vigliecca, Bruno Padovano, Hélio Rorato, Antônio Carlos Sant’Anna, Caetano Del Pozzo, Célia Regina Bernardi, Cláudia Nucci, Elza Tabaca, Flávio Henry, Givaldo Medeiros, Haroldo Jorge Honmori, Marcos Mendes, Marcelo Barbosa, Paulo Fujioka, Sérgio Camargo, Valério Pietraroia, Jean Massa, Manuel Pedroso.
Construção:
Luiz Otávio Lima, José Luiz Franco, Odílio Pollari Neto, João Fortes Engenharia
Gerência de obra:
Planem
Estrutura de concreto:
Júlio Kassoy, Mário Franco
Estrutura de madeira:
Jorge Kurken Kurkdjian, Jorge Zaven Kurkdjian
Fundações:
Consultrix
Instalações elétricas e hidrossanitárias:
Lecil
Paisagismo:
Sidney Linhares, Fernando Chacel
Luminotécnica:
Esther Stiller, Gilberto Franco
Acústica:
Igor Sresnewsky
Teatro:
Aldo Calvo, Marcos Flaksman
Equipamentos de cena:
Pedro Lessa, Tecon, Renê Magalhães
Cozinhas:
CT
Comunicação visual:
Ivan Ferreira
Piscinas:
Naiades
Fotos:
Celso Brando