Praça Independência
Concebemos a futura Praça Independência como um cenário de multiplicidade de usos e atividades que a incorporarão na memória dos cidadãos. Uma reconstrução das identidades coletivas.
A praça como lugar urbano estático, central e simbólico recuperará sua missão articuladora, integradora e condensadora de atividades urbanas e cívicas, liberando-se do marco arquitetônico circundante.
Mediante a incorporação da dimensão temporal – dos tempos histórico, presente e futuro – propomos uma expansão da tridimensionalidade convencional do espaço urbano, com uma nova estratégia territorial geradora de novas geografias.
A proposta integra reflexões de valores essenciais da contemporaneidade: áreas verdes intensas, grandes espaços isotrópicos indeterminados, flexíveis, espaços lúdicos e de ócio, ponto de encontro, lugares de sociabilidade. Sinergia representativa de um novo tempo político e social.
Sentimos muito próxima a presença dos vestígios do passado. Ele deverá nos ajudar a estruturar um novo lugar de convivência urbana e social. Buscaremos imersos na incerteza de sua existência, condenados inexoravelmente à surpresa, ao inesperado.
A qualificação do espaço urbano mediante o desenho de infraestruturas é a mais genuína ferramenta que o poder público possui para desencadear verdadeiras transformações urbanas.
A Praça Independência futura seduzirá por sua simplicidade austera e qualificação espacial, despojada de desenho. Uma estratégia de mínimas ações e máximo efeito.
O piso dividido, como uma praça urbana soterrada, multiplicará as possibilidades de passeios para um flaneur de Montevidéu.
Consideramos a axialidade da praça não como uma sucessão de espaços entrelaçados, linear, contínua e desimpedida, mas como locais de apropriação, reconhecíveis, simbolicamente encadeados.
O espaço se iluminará cenograficamente para propiciar sutis atmosferas urbanas.
Produz-se uma coincidência animadora: a área verde da futura Praça Independência se repete em igual proporção e geometria de outras praças do sistema de espaços públicos da cidade.
Local:
Montevidéu, Uruguai
Data:
2011
Cliente:
MTOP – Ministerio de Transporte y Obras Públicas de la República Oriental del Uruguay
Área de intervenção:
18.817 m²
Concurso:
Concurso Nacional
Arquitetura e Urbanismo:
VIGLIECCA&ASSOC
Hector Vigliecca, Luciene Quel, Ronald Werner Fiedler
MAAM
Andres Gobba, Matias Carballal, Mauricio Lopez