Biblioteca de Guadalajara
Para o concurso da Biblioteca da Universidade de Guadalajara, no México, foi determinada uma área, na ocasião totalmente vazia e plana, situada em um futuro campus universitário privado. Ali eram previstas edificações de programas predominantemente culturais (centro de artes cênicas, complexo de cinemas, teatro de ópera e balé, áreas comerciais e habitacionais, hotéis e escritórios, entre outros), a serem implantadas lado a lado, contornando a biblioteca. A organização desses blocos era feita a partir de um plano elaborado por Cesar Pelli & Associados, concebido como um “parque público” que previa a criação de um Centro Cultural da Universidade de Guadalajara associado ao campus que, por sua vez, atenderia cerca de 42.000 estudantes.
A área apresentada pelo concurso é destituída de referências urbanas imediatas, com exceção do anel viário periférico norte, que estabelece conexão com as áreas centrais e históricas da cidade e com a escala regional. Além disso, como o local para a implantação da biblioteca era o de um campus universitário ainda não construído, não há uma estrutura pública preexistente que pudesse referendar um critério de estruturação.
Pretendia-se, com o projeto da biblioteca, uma indução que orientasse uma transformação, que colocasse o edifício e sua praça como referências precisas para o futuro campus. Uma imensa praça de leitura, que articulava os espaços de administração e de acervo, seria a principal “peça” do edifício. As torres de acesso funcionariam como núcleos de apoio com serviços ao público, controle setorial, coleções de referência e centro tecnológico. A cota zero, do térreo, seria potencializada por estas torres de acesso, as “folies” de Guadalajara, que permitiriam motivar e induzir diferentes relações e fluxos das pessoas. Essa situação seria favorecida por uma multiplicidade de acessos por rampas, escadas e elevadores.
Articulada ao edifício principal, mas separada dele, foi prevista a biblioteca infantil. Essa decisão colocava a perspectiva de se criar uma referência às novas ocupações que viriam. Por sobre a biblioteca infantil, era previsto um bloco que abrigaria, do ponto de vista programático, a cidade das crianças. A justaposição, pela complementação dos programas, acabava por revelar o desejo de que ali se configurasse um trecho urbano articulado, de áreas construídas e livres.
Local:
Guadalajara, México
Data:
2005
Cliente:
Universidad Autonoma de Guadalajara
Concurso:
Concurso Internacional
Arquitetura e Urbanismo:
VIGLIECCA&ASSOC
Hector Vigliecca, Luciene Quel, Ronald Werner Fiedler, Neli Shimizu, Ruben Otero, Thaísa Fróes, Lilian Hun, Ana Carolina Penna, Paulo Serra, Luci Maie