Grande Museu do Egito
1. A questão mais importante levantada pelas bases do concurso: um Centro da Arqueologia, História e Cultura Egípcio e não apenas outro grande museu no mundo
Um magnífico laboratório, lugar de conhecimento, ciência e arte; um museu para o mundo. Marcamos na paisagem a posição central da Pesquisa de Conservação e Arqueologia: o Coração do Museu.
2. Um problema estimulante: a escala urbana. A borda do deserto.
A ideia de um Centro do Museu como uma interface urbana entre a cidade e o deserto. O eixo monumental como um conector arquitetônico numa escala urbana entre as áreas ocupadas e as áreas para futuras expansões. O museu para toda a cidade. Um ponto de acesso monumental com duas entradas.
3. Cuidados especiais: a natureza extraordinária das Pirâmides
A decisão para a cidade:
O caráter eminentemente urbano do museu, um programa para a cidade do Cairo.
A esplêndida coleção, cotidiana, um centro internacional para estudos museográficos, o mercado popular: um espaço interno iluminado entre a água e o deserto. Um porto no interior das dunas.
4. O Museu a céu aberto: 360 graus
Nós temos rechaçado a ideia de um território como simples pano de fundo, o grande objeto e os parques como porções isoladas do lugar. Os parques configuram a estrutura do próprio território. Não devem existir espaços residuais entre eles. Desde o contorno limite no nível das pirâmides, um linha contínua se move através das dunas e oásis, até atingir o imenso e perfeito plano da Cobertura da Esplanada. Uma paisagem noturna espetacular. Um terraço do deserto sobre a cidade.
5. Linha horizontal: Abertura
Como a fachada principal, tomamos a extensa faixa verde ao longo da avenida, o espelho d’água, e a empena horizontal ocupando toda a frente do lugar. Neste parque linear de vegetação nativa e clima fresco – a memória do antigo curso d’água – a monumental empena flutua gentilmente sobre a água. Isso não é um museu-templo, mas sim um artefato do cotidiano, um barco no Nilo com sua vela iluminada. Chamamos esta fachada de o “Parque do Nilo”.
6. Hipertexto
A idealização da implantação do Grande Museu do Egito é, por si só, a metáfora hipertextual da cidade. Tanto a implantação urbana quanto a localização da coleção permanente são entendidas como parte da mesma operação conceitual. Um dispositivo espacial permitindo múltiplas rotas.
Local:
Cairo, Egito
Data:
2002-2003
Cliente:
Ministério da Cultura do Egito / UNESCO
Área de intervenção:
450.000 m²
Concurso:
Concurso Internacional, Menção Honrosa
Arquitetura e Urbanismo:
VIGLIECCA&ASSOC
Colaboradores:
Fabio Ayerra Muzikantas, Fabio M. Pereira de Bem, Indiana S. Marteli, Maíra Paes de B. Carrilho, Alexandre Raposo
Administração:
Paulo Eduardo de Arruda Serra, Luci Tomoko Maie
Multimídia:
Flávio Coddou
Renderização:
Fernando Leal de Lima, Henrique Blutaumüller
Museólogo e Historiador de Arte:
Pieter Thomas Tjabbes
Crítica e Historiadora de Arquitetura:
Sophia Telles
Historiador:
Dr. Charles Villiers
Engenheiro de estruturas:
Paulo de M. Pimenta, Elivaldo E. Silva
Climatização:
José de Araújo Neto
Maquete:
Kenji Maquetes
Tradução e revisão:
Peter Musson, Esther Horowitz
Fotos da maquete:
Stepan Norair Chahinian