Miguel Costa
A área de intervenção localiza-se no Distrito Sudoeste do Município de Osasco, numa área denominada Setor Militar. É limitada ao sul pela linha ferroviária da CPTM e pelos bairros de Quitaúna e Vila Militar; ao norte pelo Rio Tietê e pela alça de acesso à Rodovia Castelo Branco e ao Rodoanel Mário Covas; ao leste pelo próprio Rodoanel Mário Covas que está na divisa com o Município de Carapicuíba; e a oeste pelo quartel militar.
O sistema viário é insuficiente e fragmentado, por isso é objeto de diversas intervenções. Primeiramente, propõe-se que a principal via existente seja prolongada, o que permitiria ligar a área de intervenção com a área livre existente entre o quartel de Quitaúna e a indústria Ledervin. A seguir, visando dar resposta às importantes deficiências identificadas na área quanto ao isolamento quase total dela em relação aos sistemas de infraestrutura da cidade formal, são propostas duas transposições abaixo da linha férrea. O acesso de pedestres da Estação Miguel Costa deve ser reativado, facilitando o acesso da população ao trem da CPTM e, por fim, para realmente estruturar toda a área, é proposta uma malha regular de ruas.
A partir do sistema viário projetado, a implantação das diferentes tipologias das unidades habitacionais desenvolve-se a partir de dois tipos de quadras, as de geometria regular ou quadras-tipo e as de geometria irregular.
O primeiro grupo de quadras localiza-se no miolo da área de intervenção onde o traçado ortogonal das vias permite definir quadras de iguais dimensões e superfície. Nelas combinam-se apartamentos de um, dois e três dormitórios, agrupados em blocos de três, quatro e cinco pavimentos, articulados com áreas públicas de estar e áreas também públicas de estacionamentos.
O critério adotado para a implantação dos blocos habitacionais dentro da quadra prioriza a geração de qualidades espaciais variadas, tanto em termos da morfologia edilícia resultante quanto da relação entre as unidades habitacionais, os espaços públicos propostos e as vias públicas, visando dotar de identidade própria estes espaços e a consequente apropriação deles pelos usuários.
Na relação definida entre as quadras e as vias públicas, o critério adotado foi o de simetrizar cada uma delas em relação ao eixo da via adjacente em ambos os sentidos. Desta forma é possível criar bordas homogêneas e de alturas variáveis que permitem a caracterização de cada via.
Quanto às quadras de geometria irregular, elas definem o perímetro da área proposta para a implantação das novas unidades habitacionais. As quadras que definem as bordas oeste e sul da área de intervenção possuem blocos habitacionais de três pavimentos compostos por unidades de dois dormitórios e, no pavimento térreo de alguns blocos, unidades especialmente adaptadas para deficientes. Estas quadras adquirem sua forma como consequência do reconhecimento das características morfológicas e topográficas da área de intervenção e a partir da própria definição do sistema viário proposto.
Por sua vez, as quadras de geometria irregular implantadas na borda leste da área de intervenção possuem uma conformação morfológica e espacial análoga às quadras-tipo, e os mesmos critérios de relações entre os blocos habitacionais, as vias públicas e os espaços públicos criados. Neste caso, a irregularidade da sua geometria é produto do reconhecimento da morfologia da área de intervenção e a definição do novo sistema viário.
Por fim, são propostos pontos comerciais no pavimento térreo de alguns dos blocos nas quadras mais próximas das transposições subterrâneas da via férrea.
Local:
Osasco, SP
Data:
2007
Cliente:
Prefeitura Municipal de Osasco
Área de intervenção:
145.000 m²
Área construída:
97.757 m²
Unidades habitacionais:
1.592 unidades, 6 tipologias, 49,8 a 56,6 m²
Densidade do entorno:
102,65 hab/ha
Densidade do projeto:
440 hab/ha
Arquitetura e Urbanismo:
VIGLIECCA&ASSOC
Héctor Vigliecca, Luciene Quel, Ruben Otero, Neli Shimizu, Ronald Fielder, Thaísa Fróes, Adda Ungaretti, Ignácio Errandonea, Jorge Gerônimo Del Castillo, Camilla Dibaco, Pedro Guglielmi, Fábio Pittas Paulo Serra, Luci Maie
Consultoria:
LBR Engenharia e Consultoria
Estrutura:
Gerson Camilo da Silva
Instalações elétricas:
Norberto Nery
Instalações hidráulicas:
Daneplan