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UFABC Santo André

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O concurso público nacional para a sede da Universidade Federal do ABC (UFABC) foi promovido pelo Governo Federal, pelo IAB/SP e pela Prefeitura de Santo André. A UFABC compõe o projeto do Ministério da Educação de ampliar o número de oferta de vagas no ensino público superior. A lei que criou a UFABC é de 2005: colocava a perspectiva de 1500 vagas e cerca de 600 professores.

O terreno, doado pela Prefeitura, junto à Avenida dos Estados, fica numa área de transição entre os bairros e o setor industrial, que caracteriza a ocupação do eixo Tamanduateí no trecho do município de Santo André. Uma borda urbana.

Um edifício público tem o compromisso de estabelecer uma clara interface com as estruturas urbanas de sua localização e contribuir à legibilidade dessas estruturas existentes e das novas, sugeridas.

A legibilidade da geografia configura-se como um importante vetor de raciocínio, quase sempre invisível. Torná-la visível é um dos desafios do exercício de projeto.

A proposta resgata o potencial do declive, evidenciando a geografia e aproveitando a tridimensionalidade que se cria pelo estabelecimento de uma laje na cota +753 (2 pavimentos em relação à Av. dos Estados).

A horizontalidade da proposta garante um contraponto pertinente com o entorno (parcelamento tradicional e baixas densidades), além de facilitar os fluxos pela cota criada.

O edifício geraria quatro frentes urbanas caracterizadas pela diversidade programática, acessos e continuidade dos fluxos e espaços públicos da cidade, dadas a escala do entorno e a vizinhança imediata.


O campus como cidade: frentes urbanas, articulação de escalas

A relação entre figura e fundo, constante característica do projeto moderno, foi aqui rechaçada. Ao contrário da sobreposição de um objeto sobre um fundo, cada uma das quatro “frentes” exerce uma influência na posição dos blocos lineares, nas cotas criadas para acesso e na definição programática.


Estratégia de adaptação a futuras demandas

Em uma Universidade, as demandas são variáveis e exigem rápidas adaptações físicas. Com isso, eliminamos a ideia de escolas separadas e independentes: propusemos um conjunto de salas de aula e laboratórios em um bloco contínuo, utilizados conforme solicitação, sem necessidade de novas obras diante de alterações programáticas futuras.

Se necessário, ainda há a possibilidade de ocupação com blocos em pilotis por sobre o parque junto à Rua da Abolição.


Etapas de implantação

É praticamente impossível que um campus universitário seja construído em uma única ação. Apesar da proposta ter uma intenção de futuro, deve ser interpretada como uma diretriz clara e definida que possa orientar todas as etapas de implantação.

Local:
Santo André, SP

Data:
2006

Cliente:
Governo Federal / Prefeitura Municipal de Santo André

Área de intervenção:
65.260 m²

Área construída:
82.430 m²

Concurso:
Concurso Nacional

Arquitetura e Urbanismo:
VIGLIECCA&ASSOC
Hector Vigliecca, Luciene Quel, Ronald Werner Fiedler, Neli Shimizu, Ruben Otero, Thaísa Fróes, Rodrigo Munhoz, Paulo Serra, Luci Maie

Colaboradores:
Ignacio Errandonea, Estudio A2T, F. Ayala, J. Altieri

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